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Os chineses falam pouco. Mas quando falam, estão sempre sincronizados. Em entrevista a VEJA, Yan Di, o diretor geral da AliExpress no Brasil, site do gigante de e-commerce Alibaba, disse que está oferecendo ao governo brasileiro seus aviões fretados para trazer aquilo que o Brasil precisar no combate à pandemia da Covid-19. Um dia antes, na terça-feira, 26, o embaixador da China no Brasil comunicou ao presidente Jair Bolsonaro que o país estava liberando a matéria-prima para que o Instituto Butantan possa produzir as vacinas. O discurso, na mesma linha do presidente da AliExpress, é ajudar o povo brasileiro a combater a pandemia. É assim que a China faz negócio, em sincronia.

A oferta feita pelo líder da AliExpress não é qualquer oferta. A empresa é hoje um exemplo logístico no transporte de qualquer produto chinês que é vendido para o Brasil pelo seu site. Toda semana, quatro aviões cargueiros que são fretados pela AliExpress saem do país asiático rumo ao Brasil cheio dos produtos vendidos pelo site. Produtos feitos na China, a preços chineses. A logística começou a ser feita durante a pandemia e tirou um dos principais problemas de quem comprava produtos pelo marketplace do AliExpress: o tempo. Quem nunca ouviu falar da compra de produtos chineses que levavam 60 dias, 90 dias para chegar ao Brasil? Agora, em grandes centros como São Paulo, os produtos são entregues em apenas sete dias.

A nova estratégia logística foi implementada na esteira de uma série de melhorias do site no Brasil. A empresa lançou um serviço de atendimento ao cliente em português, estabeleceu o frete grátis nas compras acima de 15 dólares e lançou o AliExpress Direct que permite a compra conjunta de pequenas quantidades para baratear frete. O próximo passo será lançar a possibilidade de pagamento por Pix, usando a empresa Alipay, também do grupo Alibaba. Além disso, a empresa planeja um marketplace brasileiro. Ou seja, permitir que vendedores do Brasil coloquem seus produtos no AliExpress. Mais do que vender no Brasil, o chamariz do site chinês é botar o produto de brasileiros à venda no mundo todo. E também está nos planos um centro de distribuição, apesar de Di não revelar cronogramas.

Mas, se no mundo, o Alibaba é um gigante, no Brasil, é apenas um dos cinco maiores do e-commerce. O site, que já está há 11 anos no país, vai ocupando o espaço aos poucos. Yan Di vive no Brasil há 20 anos. Logo no começo de sua estadia por aqui, era responsável pela Huawei, a empresa que fornece equipamentos de telecomunicações. Quando chegou, a Huwaei sofria todo tipo de preconceito no mercado corporativo, segundo conta Di. Hoje já tem mais de 50% do mercado brasileiro de telecomunicações. Mas enfrenta um novo preconceito: o do próprio governo Bolsonaro, que até ano passado não perdia a oportunidade de botar dúvidas sobre a Huawei e o que seria o seu plano de espionar brasileiros com a tecnologia 5G. O Itamaraty, comandado por Ernesto Araújo, chegou a assinar um programa criado por Donald Trump, chamado Clean Network, que basicamente incentiva o banimento da Huawei dos países. Agora, com a vacina, o jogo mudou. A Huawei voltou para a mesa de negociação. Bolsonaro publicou fotos dele com o embaixador chinês. E a AliExpress oferece ajuda para trazer a matéria-prima das vacinas.

FONTE: VEJA

 

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